Ignóbil cobiça

Ignóbil cobiça

A Deus pedia perdão

Das demências nesta vida

Tinha sonhos de ilusão

Na matéria decaída

A vida passou dormindo

Na sombra da geração

Acordou, estava abrindo

A derradeira incursão

No sol divino da glória

Não purificou sua vida

Foi uma luta sem vitória

De ambição descomedida

Ignóbil manto da cobiça

O homem pisando a ralé

Insaciável injustiça

Fúria, de mui pouca fé

Para expurgar os abusos

Erros e iniqüidades

Mudou costumes e usos

P’ra enganar as divindades

Lava as sórdidas mentiras

Banha a alma em água benta

Ou roda na pomba gira

Sua capa pestilenta

Mostra-se ao mundo inteiro

Imune da podridão

Que nunca foi carniceiro

Nem gerou especulação

Nas sombras da vida dura

Vive na gruta sem luz

Não tendo fé, nem ternura

Afastou-se de Jesus

Confia aos fados mundanos

Que lhe dão poder na vida

E falsos bens soberanos

Deixando a alma esquecida

Insano mortal, insano

Agasalha no seu manto

Pobre coração humano

Ao qual não houve seu pranto

Devora com seu tormento

Os grilhões de seu desejo

Plasmam até pensamento

Mudanças não têm pejo

Longe da Pátria sagrada

Nas quimeras deste mundo

Sua vida foi talhada

Em fingimento profundo

Esquivou-se ao dom sagrado

Rendeu-se ao de *Minerva

Mas ao terminar seu fado

Mil horrores à sua serva

São Paulo, 25/08/2009

Armando A. C. Garcia

* Deusa da sabedoria

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