CORTINA DE NÉVOAS

De um estacato no tempo,
de uma porta do passado tu saíste...
tirando-me todo o fôlego
e a amnésia
prolongada do correr de muitos séculos...
De uma cortina de névoas tu surgiste
sem aviso,
qual miragem...
Fugaz ilusão de vida
após a longa estiagem...
De uma paisagem indistinta
tu emerges
qual espectro
dos meus melhores sonhos...
das lágrimas remanescentes...
daqueles anos tão tristonhos...
Da dimensão tão vizinha
da minha, e insuspeitada,
tu resgataste a essência
de um suposto amor extinto,
mas infindo...
Ressurrecto...
por sob este novo aspecto...
De uma cortina de névoas
o transtorno;
o desatino de esbater-se contra
um sonho sem sentido,
imersa em dor e paixão...
para acordar nos braços desta realidade
sem chão...
Da janela de um passado
tu me estendeste tuas mãos...
mas já me escapas...
No firmamento fechado
destas tormentas do tempo
não me tocas...
não te alcanço...
o teu chamado se esvaí...
E desapareces no vento...

Com amor,




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Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 20/06/2006
Reeditado em 26/09/2006
Código do texto: T179321
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