Mensageiro do Armagedon

parte do livro "As Centúrias e os versos do Apocalipse"

Cantam a graúna e o corvo

Assombrando a multidão.

É aviso triste ao povo

Que chegou a escuridão.

Chegou o momento certeiro

De o Anjo descer.

Vai pousar no canteiro

A todos aparecer.

Com o dedo em riste

No rosto de cada um.

Quão momento triste

Para o homem comum.

Tal chama ardente,

O Anjo vai queimar

Todo ser vivente

Que se atreva a pecar.

A vida e a ilusão

Grandes pecados são.

E o furor da explosão

Estão nesta canção.

E o Anjo a observar

O que cada homem faz

Como irá preservar

Aquele que amor traz?

Sua espada implacável

Em cada cabeça estará.

Daquele que tiver pecados,

Dos ombros despencará.

É o mensageiro do Armagedon

Que a essa missiva dita:

“Quem não tem nada de bom,

Só tem a herança maldita!”

E com medo sem igual

Os povos permanecerão.

Com temor mortal

Ao Anjo implorarão.

Mas somente o impuro,

O de coração desleal,

Que anda no escuro

Terá destino fatal.

Não temam os da caridade,

Que sempre terão paz.

Poupados em verdade,

Da espada sagaz.

O que, como ladrão agem

A morte os espera

Postos na ferrugem

Da grande besta fera.

E o Anjo entrará

Em cada casa ladina

E ali encontrará

Toda alma sovina.

Então se sentará

Diante de todo o povo.

A cada um julgará,

Com seus olhos de fogo.

Do Anjo escapará

Aquele que não temer

Pois somente viverá

Quem não pecou no viver.

Todo erro, falta ou pecado

Grande ou pequeno como o mar

Será aberto e devastado

Exposto e aberto no patamar

E assim o Anjo segue

Jogando atômicas rosas.

Aos homens que persegue

Com suas mãos primorosas.

Diante da sua lida,

Ao justo, condenação não tem.

Pois sabe que sua vida

Foi vivida para o bem.

E o Anjo há de continuar

Em sua missão derradeira.

O mundo vai se acabar

Pela morte verdadeira.

E o Anjo segue...