TERRA FRIA


Terra fria,
flores secas e desfolhadas,
sem perfumes de amanhãs,
por "ora mortas"
despidas de alquimia.

Bate no coração
as contradições...
Hoje doei rosas
e no ontem da vida,
será que esqueci
de doar minhas emoções?

Hoje choro da partida a dor
e no ontem da vida,
será que declarei todo meu amor?...

E nesse dia sempre cinzento,
tal qual meus sentimentos,
no cheiro de despedidas
só penso na terra fria,
no cal, no cimento...

Nas folhas secas,
o som da triste melodia
entoada pela chuva fina
lacrimejando sua estesia...

Terra fria,
que também me acolherá um dia
e sempre há de haver lágrimas,
silêncios, ausências sentidas...

Enquanto não se entender
essa passagem
e a rota do mistério
do tempo etéreo,
onde da terra fria
a alma se liberta
e leve, caminha
para sua morada.

E na luz quente e brilhante,
de um alvorecer glorioso,
esvoaçante,
da terra fria distante
voando qual espírito liberto,
segue em busca de LUZ e PAZ
para a CASA DO PAI.

2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 02/11/2009
Código do texto: T1901296