O Mar e o Amar III: A Praia Urbana

Percorrendo a praia onde resido,

Vejo que dela só sobrou mesmo a praia,

A vegetação é pouca, ordinária,

A Natureza foi severamante suprimida,

Apenas existem alguns coqueiros, ainda.

O concreto apoderou-se de onde habito.

Os prédios, o calçadão, os bancos, tudo é tão belo,

Mas também tudo é tão tristemente artificial,

Tal coisa que foi fruto do "querido" avanço social,

Eis aí essa calçada de cimento poroso e amarelo.

Onde estão as centenas de frutíferos coqueiros?

Onde estão as aves e os diversos insetos?

A "Civilização" julgou que tudo isso não era certo,

E condenou toda a Natureza ao impiedoso fogareiro.

Percorrendo a praia onde resido,

Contemplo os altos prédios da elite recifense,

Que pouco se importa com o que existia no passado,

Com a mata litorânea que ia quase até a terra olindense,

Enfim, percorrendo a praia onde resido,

Constato que o ser humano foge de tudo que é natural,

E mergulha de cabeça num universo artificial,

A fim de que a sua alma encontre um falso abrigo.

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Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 20/07/2006
Reeditado em 20/07/2006
Código do texto: T197748