ADVERSIDADES
Fujo do burburinho,
da turbulência dos momentos.
Isolo-me em despedidas...
Como uma brisa mansa
ouço o corre-corre das horas...
Vento sopra imagens na lembrança
e por suas inconstâncias
tranco-me em branda solidão.
Renuncio a novos dias, temporariamente...
Desligo a luz, preciso da escuridão
e num silêncio profundo
tento ouvir a voz do coração,
para entender os vendavais
e proteger a esperança.
Abstraída em meus pensamentos
permito que o tempo siga lento,
pois que necessito urgentemente
de calma e serenidade
para vencer a tempestade,
logo depois, sabiamente
cicatrizar as abertas feridas.
E num mesmo vaso trincado,
unir pedaços de sonhos...
Da adversidade
extrair o aprendizado...
Salpicar de novas ilusões
a alma ora despida
e retornar à vida...
2006