Natal - Cadê o aniversariante?

Vou caminhando de forma lenta, como a milimetrar meus passos;

Os pensamentos vagam por lugares longínquos, retrocedem no tempo e espaço.

Já não estou aqui, viajei ao passado e não falei pra ninguém;

A máquina do tempo acionou o mecanismo e eu só disse: Amém!

Não precisei ficar em “Posição de Yoga”, nem de Joelhos no Chão;

Apenas ouvi o chamado dos dias outrora vividos, e senti a emoção.

Parei os afazeres, amarrei os cabelos e fui para o jardim;

Respirei bem fundo, fechei os meus olhos e então, entrei em mim.

Flutuei entre bolhas coloridas, voei entre nuvens azuis e estrelas;

Cheguei a um campo florido, com rios cascateando a terra altaneira.

Pisei o chão sem sapatos, meus dedos afundaram nos pequenos grãos;

Deitei-me entre as flores perfumadas, o tempo parou, ouço a voz do coração.

É dezembro, mês do natal, disso eu tenho certeza;

Lá longe, ouço sinos, chamando os fiéis para a igreja.

Meu coração se contrai, é quase natal, então... Por que a tristeza angustiante?

A resposta é gritante, tem peru, tem brincadeiras, mas cadê o Aniversariante?

Os Shoppings estão lotados, as lojas venderam todo o estoque, e agora?

Todos vestirão roupas novas, branco, vermelho pra dar sorte na hora.

As pessoas listam o que ainda falta comprar: O presente pra família, a lembranças do amigo oculto...

Nas casas comerão panetone, bacalhau e rabanada... Jesus, pra que prestar-te culto?

Natal, vida nova, paz na terra aos homens de boa vontade, amor sem par;

A festa é Dele, o presente é nosso! Há muito que comemorar e cantar.

Um menino nos nasceu, o filho Deus nos deu, chegou ao mundo ensinando-nos o amor!

Emanuel, Deus conosco, Messias, Jesus Cristo o Salvador.

De repente desperto, após o “terceiro soar do sino”;

Bate a minha porta em maltrapilhos um simples menino.

Que clama por afeto e pão para se alimentar;

Ensejando-me a oportunidade do amor de Jesus praticar.

Disse Jesus: “TUDO O QUE FIZERES A UM DESTES PEQUENINOS É A MIM QUE O FAZEIS..."

Agradecimento:

Ao poeta Petrus que escreveu a última estrofe e me fez refletir no "terceiro soar do sino". Às vezes é preciso que Deus nos sacolege mais de uma vez para que despertemos para a sua obra.