AS NUVENS QUE EU TOCO

 
As nuvens que eu avisto
pincelam o céu em cores matizadas
e imagens que vagueiam aleatoriamente...
São como um véu a ocultar
o que não posso tocar:
o outro lado da vida,
àquele ao qual pertencemos
e um dia retornaremos...
 
Em determinadas épocas
estão tão saturadas,
que desaguam por sobre a terra
desanuviando almas cansadas.
 
Em meus sonhos, são de algodão fofo,
cor de neve...
Onde querubins alegres
brincam de pique-esconde...
 
Nos devaneios que tenho
ergo minhas mãos e os dedos
conseguem alcançá-las.
Tenho plena consciência
que por trás delas
esconde-se o paraíso perdido.
Só não o sente
os que não ousaram sonhar
ou perderam a fé
no amanhã que virá.
 
As nuvens que eu toco
reacendem minha esperança
e reavivam antigas lembranças
que retocam minha luz interior.
Renovam sentimentos
e ajudam na estação de espera
da chegada do meu momento,
onde as nuvens que um dia
imaginei tocar irão se abrir
e visualizarei o caminho
de volta para o lar...

 
2006

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 25/07/2006
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T201471