Lição de um suicída.

Enfim pareço ter despertado de sono longo e tortuoso.

Sinto pesar os meus ossos dilacerados...o que houve?

Uma névoa repetitiva e espessa não me permite a visão.

Um cheiro pútrido nausea-me e tombo novamente.

Pareço estar preso a um pesadelo interminável, pois...

Não acordo nunca! E sei estar acordado.

Caminho com dificuldade com minhas feridas abertas.

Sangram e me doem numa incompreensão latente.

Não há brisa neste pântano que vagueio "in" ou consciente.

As árvores parecem sem vida e nem pássaros cantam.

Ouço apenas o triste lamento de quem parece me acompanhar.

Figuras disformes que como eu, neste lamear, arrastam-se.

Tudo eu daria por um gole de água pura, pois aqui é pântano.

Algumas migalhas que fossem jogadas ao chão me saciariam.

Não sei realmente como aqui vim parar...acaso morri?

Meus pensamentos confusos tentam elucidar-me, e oh,

Fiz pior do que morrer...cometi suicídio, e vagueia a minha alma.

Que por falta de calma e esperança no Criador fiz par com a dor.

Esta mesma companheira dolorosa e repetitiva em mim.

Não me deram as boas-vindas ao Vale dos Suicídas.

Neste lamento em forma de letras, eu rogo á quem fica,

Valoriza e luta, conserva e amplia, confia e persevera....

pela vida.

Autor Desconhecido