EMANAÇÃO
EMANAÇÃO
E nos deparamos com ele, espectador inútil,
fruto sem sumo.
Sem invejar, sem lutar, sem progredir.
Mero assistente do presente,
já passado e sem futuro.
Não vive. Existe apenas, na inércia.
Descompromissado de ser herói ou bandido.
Também não é um cidadão comum, abraçado
ao dia à dia.
Talvez seja puro. Talvez sua missão seja
a de observar os horrores da vida,
assistir a felicidade de alguns,
e registrar; como um guardião silencioso,
quase invisível, câmera discreta.
Arca preciosa colocada por mão divina
nos cantos do mundo. O indigente,
sopro sutil de DEUS.
JOYCE RABASSA