Um Casulo...

Um casulo... Algo feio que por magia se sustenta...

Caverna hedionda de uma lagarta ainda mais feia...

Eis aí a beleza com que a Natureza, a tudo atenta,

Castra a ilusão da tormenta que contra tudo atenta...

É na magia da beleza oculta que as estrelas cintilam...

É na poesia da vileza que insulta, que venenos destilam

A verdade que embriaga, na descoberta de que a beleza

Advém sempre da fealdade de nossa incompreensão...

O brilho das estrelas... Centelhas que já não vivem...

Apreciamo-lhes a beleza de outrora, esquecida, aquecida

À ilusão de que temos um céu a nos proteger...

O casulo de nossa alma... Nossa lagarta tristonha

Que se arrasta, medonha, ousando posar de flor,

Tristonha, medonha, que ainda assim, jaz e sonha...

Marco Aurélio Leite da Silva
Enviado por Marco Aurélio Leite da Silva em 23/01/2011
Código do texto: T2747955
Classificação de conteúdo: seguro