Estrelas Fugidias
A Alma busca no firmamento, além das estrelas,
Os olhos com que o Pai seu brilho há de guardar...
Busca sem alento, as estrelas, só pode mesmo vê-las...
Brilham sós, longe... dão-lhe nada senão o brilhar...
A noite é fria e as estrelas fugidias...
Com seu brilhar acenam-lhe o adeus em ironia...
Zombam do brilho tosco de um tosco chorar,
Rindo do filho louco que sonha brilhar...
A noite da Alma empunha a adaga, mas não luta...
Acovarda-se e chora à chaga com que se enluta...
Volve os olhos ao solo implorando, em permuta,
Que por um único brilho consuma-se à Vida...
Esquece que à aridez em que se encerra
Sendo diamante, não brilha no seio da terra...