Estrelas Fugidias

A Alma busca no firmamento, além das estrelas,

Os olhos com que o Pai seu brilho há de guardar...

Busca sem alento, as estrelas, só pode mesmo vê-las...

Brilham sós, longe... dão-lhe nada senão o brilhar...

A noite é fria e as estrelas fugidias...

Com seu brilhar acenam-lhe o adeus em ironia...

Zombam do brilho tosco de um tosco chorar,

Rindo do filho louco que sonha brilhar...

A noite da Alma empunha a adaga, mas não luta...

Acovarda-se e chora à chaga com que se enluta...

Volve os olhos ao solo implorando, em permuta,

Que por um único brilho consuma-se à Vida...

Esquece que à aridez em que se encerra

Sendo diamante, não brilha no seio da terra...

Marco Aurélio Leite da Silva
Enviado por Marco Aurélio Leite da Silva em 23/01/2011
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