Apocalipse

No céu, o fundo azul tornou-se rubro,

As cores do arco-íris esmoreceram,

A água, clara e pura, enegreceu,

Tudo que tinha vida, então, morreu.

De dois em dois chegaram, e alados

Em seus corcéis de branco e limpo pelo,

Desvairavam tropas eloqüentes,

Os quatro cavaleiros combatentes.

Em um único brado se uniram

As vozes dos Homens inconseqüentes.

E sem dó ou piedade, simplesmente,

Ceifaram as vidas, que ali pereceram.

E por assim fizeram acontecer,

O que há tempos vem-se avisando,

Do céu, sangue começou a chover

E a vermelhar a terra, anunciando:

“A maravilha que os Homens fizeram,

Destruindo a vida da Mãe Natureza,

Deu a cada um a única certeza

De que as vossas vidas se encerravam.

E, tal qual é a lei e a profecia,

Não podeis mais contar com outra sorte;

Chegou tardio o esperado dia,

O dia da Vida perder para a Morte”.