Alma Criança - Dueto em Gestação

Jamais saberia pintar a tua alma
Somente porque amo a pintura sem sabê-la
Mas acho que posso escrever essa alma
Que de tão afim impregnou em mim.
Fez-se essencialidade em vida
É porta de entrada que aponta a saída
São asas abertas
Duas grandes asas abertas
Como águias brancas
Ou como aquelas imensas gaivotas de cristal
Que tem seus ninhos e úteros
Além da quinta dimensão
Tua alma não tem face
O semblante é o próprio coração
Que se neste instante ainda sangra
Tem o rosto  iluminado – barro - espiritualizado
É branca e límpida a tua alma
É como a chuva
Cai, se vai escorrendo
E depois vem como o sol, radiante
Derrete como a vela
Que se consome ao ser a LUZ
Deixando respingos dourados em meu rosto aprendiz
Tua alma me faz feliz
Finda noite de sonho acordado – partilhado
De confissão e entrega
Onde Deus é careca e tem nariz vermelho
É o grande artista da pureza
Que abre as portas do circo
Em celestial delicadeza
Eis que se materializa a beleza
Tua alma tem olhos de lince
Que transpõe horizontes sobre Pernas de Pau
Tem Lanternas de Vagalumes partilhadas
Que iluminam escuridões nos corações
Trapezista que salta sem medo
À certeza da Grande Rede de Proteção
Tudo isso tem a tua alma
Que exala perfume de rosas brancas
Escorrido suavemente pelas mãos em simbiose
Alma com canal dual
É luta do bem contra o mal
Alma que deseja eternamente ser amada
Afora o egoísmo do altruísmo, a percepção
De que uma bela e grande obra 
Gera platonismo
A sublimação dispensa o toque
E é preciso compreender
Os por quês do inatingível
Mudar o foco da necessidade
E dizer com muita verdade
A tua alma
Tem a minha entrelaçada.
Vamos lá criançada
Os sinos tocam e clamam
Toda gente grande tem que aprender 
A ser pequena para poder crescer.
A tua alma ensina
Como ser heroína a despeito da ruína
Que se transformou a humanidade
Ela sabe do AMOR DE VERDADE
A tua alma convida à esperança:
Vai criança – se lança!
Faz a tua parte – Transcendência da Arte
Jamais a descarte
Tome-a como um sopro de vida
Sem euforia, mas, repleta de magia
Transforma esta poesia
Num dueto de alegria
Com pipoca, algodão doce e pirulito
Que espanta para longe,  dor e conflito
Já não há coração aflito
O trem passa... com seu apito...
E o que fica é vida...renascida
Na eternidade do instante que é já
Infinitude do aqui e do agora
Que refaz a história
Reprograma a memória
E à tua alma, profetiza: VITÓRIA!






Márcia Beatriz Prema
Enviado por Márcia Beatriz Prema em 05/11/2006
Reeditado em 05/11/2006
Código do texto: T283009
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