Futuro incerto

A morte, minha eterna companheira,

É a única razão pela qual vivo,

Pois não tenho nenhum outro motivo

Para querer viver a vida inteira.

A cada dia novo que amanhece

Meu corpo se entristece e padece.

Os vermes, os vírus e as doenças

Unem-se para dar minha sentença.

E, no futuro, dormirei selado

Em um caixão – minha eterna prisão –

com meus ossos sem as vestes da pele,

e meu corpo desnudo de emoção.

Não penso ser a morte um sofrimento

Para aqueles que ficam ou que vão.

A morte é na vida um momento

De incerteza – pura ilusão.