Xamã

Sei lá

Quando o vento sopra

Sei sim, que leva o invisível

Dos amores que fogem

Neste tempo intraduzível

Sei lá

Se vou juntar-me à morte

Sei sim, que ela não volta

Pode encontra-me descabelada

Junto à tormenta que me escolta

Sei lá

Quando o Xamã faz a magia

Sei sim, que o Espaço o ampara

Mas o cheiro do vento açoita-lhe o delírio

Abraça a árvore como obra rara

Sei lá

Se vou juntar-me ao rito

Sei sim, que não fico alheia

Ao encontro do vento com a inércia

Não ouço do caos, nenhum grito

Mas creio que ainda vivo sem ter vindo...

Nadilce Beatriz
Enviado por Nadilce Beatriz em 14/04/2011
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