Canção da Solidão
A solidão benfazeja chega e me afaga
No mar da estrada onde trafego
Alma trôpega, em desvario
Embebida numa textura fina e amarga.
O sol em declínio anuncia
Sob a tênue luz, o fim do dia
Minh’alma curva-se no silêncio
Suscetível semeia poesia.
Alcanço a ladeira vermelha do sonho
Aos pouco me agasalho na esperança
De um caminho amplo e luminoso
Nos vales do silêncio tibetano.
Ó Deus não permite que a solidão
De mim seja hóspede
Vagarosa, sigo um caminho jubiloso
Entôo baixinho uma bela canção.
Imagino-me repleta de energia
Aromatizada com óleo de sândalo
Refaço meu lado espiritual
Irrigado em espumas de alegria.