HÁ DE VIR IMPUNEMENTE A ESTAÇÃO

Herdei a querência do abraço

Os laços do povo do além-mar

E aceitei a noite no meu olhar.

Mergulhei ainda no misterioso

Canto da concha no meu ouvido

E sobrepus a memória ao olvido.

É meu verso servo do silêncio

De quietudes e inquietudes com Deus

De falsos acordes e ritmos ateus.

Sou desses mares milenares

Cruzados com a pura emoção

Da viagem de cura e libertação.

Há de vir impunemente a estação

Derradeira do humano tristonho

Diante do meu inesperado Sonho.

E pela natureza que me habita

Entre silvos e aflatos certa magia

Há de revelar-me a sua poesia.

© Jean-Pierre Barakat, 19.11.2006

Jean Pierre Barakat
Enviado por Jean Pierre Barakat em 22/11/2006
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