A IRONIA DO SABER

Saber da matemática por saber,

Se o resultado não importa,

Saber dos grunhidos por saber,

Se sua ausência conforta,

Saber da onda brava por saber,

Se apraz a calma.

Saber da vida, guardiã da alma

Da morte, crepúsculo da vida

Da chuva, que seduz e cativa

Da mão, o que guarda a palma.

Saber o que releva, o que justifica, o que abona, o que motiva

Saber o que pune, saber do pecado e do castigo

Saber da impermanência, da convicção, do perigo

Do corte, da sorte, da traição, do amigo

De toda fala, de toda vista, de todo tato, de todo ouvido.

Da mentira, do acidente, da falta de sentido.

Saber do prazer, saber do saber, sem julgo ou pena

Saber da Ilusão, do protagonista, da cena.

Dos sonhos cinza, da tempestade, do abrigo.

Saber da ponte, do remanso, do espinho, da idade

Quem sabe, um dia talvez...saber a verdade.

Anderson Du Valle
Enviado por Anderson Du Valle em 28/06/2011
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