abusiva e obscena

mulher, ser obsceno por natureza

a obscenidade é a sua beleza

e o que só ela tem;

alguns viados também,

mas nunca da mesma forma

quando ela pára de calça comprida

as pernas meio entreabertas

esperando o ônibus,

quando amamenta o bebê

ou tira uma franja da testa,

quando contesta a arrogância do macho

que se acha um impávido colosso

com o seu colorido boçal

e o rosto angelical

que ouve aquele conselho

que não pretende cumprir?

e quando vem e sorri

antes de dar o seu beijo,

sempre o mais lindo gracejo

desse ser todo infernal,

também suave e sutil

quando oferece o murmúrio?

nunca faça uma mulher chorar

se você não pode ser mãe!

mulher – onde o obsceno

se confunde com o aceno

que o homem orienta

ou que ele, sucumbindo, inventa

que é aquilo que tem que seguir...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 25/08/2011
Código do texto: T3181085
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