Não há horizonte que baste
para o belo que procuro
essa luz atrás do escuro
a que me leva adiante


nenhum vento me detenha
que a força que me leva
esta asa branca que voa
adentro da minha alma


e que almeja só pureza,
viverá enquanto eu viva.


Sei que sou nada, sou terra,
pequena erva daninha,
meu olhar ao sol se eleva,
alta ânsia é a minha


urgente constante procura
pela paz que se adivinha
além de aonde se chega
se quer ir além ainda


Chamem-lhe Alma, Deus, Loucura!
Chamem-me doida varrida...
Nada do É me interessa,
quero algo de além vida.


Não há tempo que me chegue
para o querer que procuro.
Para um luzir tão puro
no meu íntimo universo...


Quero subir, crescer, voar
além da própria beleza,
além de alguma certeza
... palavra por inventar.