SOFRER OU SORRIR ?

Diga-me, intimo ‘eu’
Quão tola sou, por acreditar
Que tenho capacidade
Discernimento e sabedoria...
Se eu própria não sou persistente
Não sou comigo exigente!
Não sou comigo firme e eficaz!
Se no intimo, não me sinto capaz
De dar o primeiro passo
E mesmo abrindo um sorriso largo
Eu não saio do lugar!
Porque aparências enganam e escondem
O que realmente se traz
Num coração tristonho
A amargura do pranto
Que seguro para não chorar!
Mas minha culpa me trai...
E mesmo de bem com o mundo,
Comigo não estou em paz!
Aflige minha’lma problemas e aborrecimentos
Culpa de sentimentos
Que não fui capaz de doar...
Como generosidade, bondade e caridade!
Ternura, amor, carinho e afeto!
Que sempre vivi a negar...
Mas que culpa tenho, ‘eu’? Toda...
Plantei espinhos no meu caminho!
No mesmo caminho que eu tenho de trilhar.
Eu os plantei
E eles cresceram
E agora os tenho que pisar,
Com a alma nua e descalça.
Pelo caminho,
Que tenho de caminhar!
Então intimo ‘eu’
O que devo perguntar...
Erram muito comigo?
Ou
Sempre vivi a errar?
Triste resposta eu encontro,
No fundo de meu ‘ser’
Fiz do destino um inimigo
E agora vivo a sofrer!
Tão perigosa vida
Porque tenho de viver?
Se sempre vivi errado, o que tenho de aprender?
De todas as coisas boas, ‘um pouco’...
Mas aprendi algo
Quando a vida é amarga.
Quando não se ampara aos outros,
Quando precisa, ninguém te ampara!
Tudo o que posso resumir
De minha existência!
É que a morte verdadeira...
Só acontece com a gente
Quando morre nossos sonhos, esperanças e nossa alma...
E viramos uma semente
Que precisa ser replantada
Mas com uma diferença
Não há espaço para ela
Nesta terra que é mesquinha,
Pois onde havia lugar...
Plantei uma espinharia?
E você, o que fez com sua vida?
Sandra Araujo
Enviado por Sandra Araujo em 20/12/2006
Reeditado em 10/01/2007
Código do texto: T323065
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.