SÓ POR DEUS!
Havia em minha parede.
Quatro quadros pendurados.
Um deles era o caos,
E outro era a luz.
O terceiro bem pintado,
Tinha formato de cruz;
E o quarto inspirava,
A imagem de Jesus.
E na parede oposta,
De branca e plena alvura,
À penumbra ancorado,
Discretamente se via!
Pela infiltração da água,
Que na parede escorria,
Um rosto bem modelado,
Como o da Virgem Maria.
E no corredor ao lado,
Que dá vasão à grande sala,
Outras pinturas havia,
Mas sem uso de pincel!
Era Deus abençoando,
Parecia escorrer mel,
Outra imagem que se via,
Era o anjo Gabriel.
E no teto ovalado,
Cheio de lustres e luz,
Estava impregnado,
Num retrato alcalino.
Parecia o céu pintado,
Com planetas e os sóis,
E os santos impostados,
E todo o mundo divino!
Descobri naquele dia,
Que dentre tanta surpresa,
Em minha casa havia,
Pintura nobre que encanta!
Mas quem as teria feito,
Pois aos meus olhos encanta?
Será que é regalia,
Ter essa pintura santa?