Deus é Deficiente

Oh Jeohvá cristianizado,

És um deus menor,

Mas que se diz maior,

De poli passaste a monoteísmizado.

É destro por faltar-lhe a esquerda,

Um maneta sem canhota,

Sem uma mão que lave a outra, por falta,

Mutilado com ar de realeza.

Exemplo de oráculo,

Demente insensato,

Diz sem tanto,

Fazendo-se de espetáculo.

Escreve certo por linhas tortas,

Possui dislexia em seu caminho,

Seu Tarô possui um ritmo doentio,

A perfeição que arrota, ignoras.

Dá a outra face do seu filho,

Porque a sua é escondida,

Covarde que não possui vida,

Se faz de sombra do vazio.

Sua prole é nefasta,

Por isso a crucificamos,

Bons frutos dali? Não almejamos.

Sua profecia é chalaça.

Impedes de violar a virgem,

Ofensa as Vestais queridas,

Que doam suas vaginas,

Com ardor de germinal origem.

Não é como o procriador Zeus,

É um castrado cordeiro,

Que curva perante o Satã desordeiro,

Sem nome, te chamam de Deus.

Representa a moral dos fracos,

Porque é deficiente,

Por isso curvar é urgente,

Ressentido por seu fracasso.

Deixa que crucifiquem seus mártires,

O sangue jorra e não se intromete,

Contempla como voyeur decadente,

Sabendo que sua criação é um desastre.

Seu Paraíso é de paralisia,

Fica-se ali parado,

Um paraplégico retardado,

Comido por escaras sombrias.

Esconde o fruto do conhecimento,

Para manipular alienados,

Em um presépio de atrofiados,

Dançando com cordas nos membros.

Faça do orgulhoso um fraco,

Exaltando o servilismo,

Fazendo da força um maligno signo,

Enquanto dobram-se para adorá-lo.

Faça do homem de novo parente,

Daquele grotesco símio,

Antecedendo a tudo isso,

Um ser primitivo qualquer, algo producente.

Mas esses selvagens são rebeldes,

O civilizado tornou-se dócil,

Domesticado no urbano ócio,

Comparado a algo de natureza inerte.

Rasguemos essa bíblia fajuta,

Montada em quebra-cabeça político,

Com a igreja inventando castigos,

Para tutelar essa inglória luta.

Como Calígula desejava,

Agora esse povo covarde,

Tem uma cabeça, é verdade,

Degolamos com um golpe Jeohvá.

Violando a virgem santa,

Fazendo um filho convencional,

Germinado em coito conjugal,

Que morrerá sem a religiosa herança.

Que as freiras levantem as batas,

Os padres eretos com erguida batina,

A moral sacra sendo corrompida,

Prostitutas em vez de beatas.

Não mais traseiros sabáticos para beijar,

Agora temos falos e vulvas em pentáculo,

Abrindo reprodutores círculos mágicos,

Tudo é orgia nesse dionisíaco teatralizar.

O espírito santo é pomba gira,

Com asas decepadas,

Uma rola despedaçada,

Molhando com sangue a vida.

Vem Serpente que é sua hora,

Sobe pela Kundalini até o cume,

Transborda o coronário feito Lúcifer,

O nome é Legião, formai hordas.