SATANÁS

Criminoso dos criminosos, o mais traiçoeiro, perigoso, sagaz...

É chegado o limiar do Amor, véspera da tua desgraça, Satanás!

Tu que, desde a epigênese da gestação universal

És vil, hás de provar da tua cicuta, do teu próprio mal.

Mentor dos crimes mais hediondos, desprezas o sacrifício da dor,

Não te compadeceste assistindo ao martírio do Cristo Redentor,

Antes ergueste a cruz sombria da impiedade

Em que pregas, com alegria, toda a Humanidade.

Aos risos, da Geena assistes ao enterro das vítimas da guerra

Nas frias sepulturas que os homens cavam na crosta da Terra,

Está escrito que eles não sabem o que fazem, não têm consciência,

Mas tu sabes, homicida, como perverter as descobertas da Ciência.

Na tua revolta não poupas sequer os homens sofredores,

Mas com a borracha nefasta dos sentimentos mais aterradores

Apagas nos seus corações toda a florescência das suas vidas,

E friamente conduzes suas almas ao tenebroso Vale dos Suicidas.

Mas deixa estar porque se aproxima tua vez, Príncipe das Trevas,

De implorares pela misericórdia que hoje, aos brados, negas

Sinistramente à multidão de pecadores que seguem tua sina,

Porque se tua maldade é grande, infinita é a bondade divina!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 21/06/2012
Reeditado em 30/09/2012
Código do texto: T3736943
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