Fantasma Amigo
Nas silentes horas, quando fico sozinha
Sentindo o ócio dorido dos meus dias,
Vejo uma sombra seguindo os meus passos
É um fantasma triste que me espia.
E fico então a meditar tristonha
Qual a razão de costumaz companhia
Por que motivo assim me acompanha
Um fantasma triste, uma figura fria.
Será um anjo a se esconder na sombra.
E esta é a dúvida que me propicía,
Este pensar de coisa triste e morta
Pois anjo é luz e fonte de alegria.
Clareia-se então a tal figura
E vejo enfim em tempo tão fugaz,
A mutação da minha própria vida
Em luz e sombra, como o fantasma amigo
A me dizer que somos imortais.