O SILÊNCIO IMPERA
O silêncio impera.
Mundos vivos, distantes,
Aguardam noutra esfera.
Qual a nossa busca?
Qual a razão adormecida
Na quietude das estrelas,
Essas que teimam no céu
Enquanto é dia?
O espírito em redemoinhos jubila,
No meu olhar pasmo, solidário.
Pesquisa, questiona, exaspera-se
No ócio insuportável da espera.
Eis que a Paz surge numa idéia,
E registra a sua ávida presença
Na caligrafia desse poeta mas,
Qual musa caprichosa, logo definha,
Sublime, na cauda de um cometa.
Fugaz e inconsistente é o sonho,
Essa poderosa quimera
Que a imaginação reproduz,
Repetidas vezes, para traduzir
O verso branco que nos liberta.
Então, por entre os suspiros e ais
Desse universo, impera o meu silêncio:
Escuto vozes aflitas, inalcançáveis,
Rimas de outros mundos vivos, distantes,
Esses, de alegria e gozo atemporais.
© Jean-Pierre Barakat, 25.02.2007