Abaixo a impessoalidade

Mil e uma razões para desistir

E um sorriso faz você seguir em frente.

Da face contraída para os lados

Surge uma força de repente.

Ninguém é obrigado

A dar "bom dia".

Por isso, amigo, sorria

Ao receber um "bom dia"

Desobrigado.

As pessoas caminham e nem se olham -

Nem ao menos um olhar!

Vagas, rápidas, mudas...

Nas ruas, a solidão do mar.

Veja bem, quanta felicidade

Nos cães que se conhecem.

As pessoas nem se falam...

As pessoas desconhecem

Qualquer afinidade.

Ah! Amigo... Não vejo graça

No desenvolvimento sem afetos.

Será neblina? Será fumaça?

Por que não se falam?

Diferentes dialetos?

Por que se calam?

Dizeres incompletos...

As pessoas nunca estiveram

Tão aproximadamente distantes

E sós.

Passos vagos, errantes...

Nenhum motivo em nós

Para sorrir

Se somos sós

Num vago existir.

Clichês só são clichês

Porque são verdades.

Não devem ser ignorados,

Respeitados mais uma vez

Pelas felicidades

Dos já distanciados.

Sorria como um cachorro...

Cante como uma ave...

Grite como quem pede socorro...

Faça um carinho suave

Num sofrido cachorro

Que desceu de uma nave

De um extraterrestre

Como um grande mestre

Vindo de um combate

Como um grande vate

Que previu a crise americana

Para sorrir de forma insana

Sem capital na conta:

Sendo feliz sem fazer de conta...

A felicidade sem começo

Não tem preço...

É uma inatividade

Viver sem afinidade,

Sem real felicidade

Sem nenhuma amizade...

Atroz radiotividade

D'uma vil realidade

Nas tranças da modernidade!

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 08/02/2013
Reeditado em 08/02/2013
Código do texto: T4130506
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