Certa vez eu vivi

 
 
Certa vez eu vivi a paisana
Ainda longe da mente humana
Vim da Luz Eterna que emana
Luz a todo instante.
 
Certa vez eu passei por Netuno,
Vênus, Marte, Júpiter, Saturno...
Na Terra encontrei meu turno
Subiria a um reino distante.
 
Certa vez eu vivi nos oceanos
E na rocha por longos anos
Retira! Lapida! Quantos danos.
Dormindo, sonhando, ilusão.
 
Certa vez eu vivi nos pantanais
Entre as plantas e os animais
Nas cavernas com os irracionais
Comecei a viver com razão.
 
Certa vez eu vivi no cemitério
Onde descansei o império
Do meu corpo qual firme critério
Um corte no laço e livre ser.
 
Certa vez eu vivi qual criança.
Singela flor. Doce lembrança.
Pura inocência. Sublime esperança.
Certa vez aprendi a viver...

(1º/11/1996)