Pomar da Alma
Estava, como sempre, a colher os frutos
Em meio as minhas plantações
depois de inúmeras buscas,
não encontrei meus melões...
Fiquei chateado, decepcionado
voltei, e me pus a lembrar
numa conversa com alguém
apenas numa frase, minha mente se pôs a clarear
Ele me disse, de forma muito simples
Como pode de uma terra esperar
Fruto que equilibre sua alma,
Se durante a vida, suas sementes, você não se dispôs a plantar
Então pensei, é hora de repensar meu pomar
procurar com cuidado as árvores que devo arrancar
Algumas são lindas, frondosas com frutos vistosos,
que nutrem meus desejos, saciam minha ansiedade, viciam meu corpo,
Seus efeitos são passageiros, e a fome tende a continuar
Comecei procurando pelas árvores que realmente plantei
descobri que havia muitas, que fincaram suas raízes
e acabei permitindo, pois sua sombra me dava abrigo
mas com o passar do tempo, e por minha rega constante
cresceram e tomaram o sol, de arvores importantes
que acabaram definhando, seus frutos desaparecendo
então o desequilíbrio crescendo.
Estou decidido, que chegou a hora de mudar
encher meus campos com frutos saudáveis
que venham ao seu tempo modificar, transformar
Toda uma ideologia fundada em convicções efêmeras
E assim, conseguir finalmente minha alma equilibrar.