Velho bêbado

Desfaz-se em minha frente,

Tropeçando pelas calçadas...

Segurando uma garrafa de aguardente,

Dizendo coisas que não entendo nada...

Atravessando a rua, meio eloqüente,

Dando risadas a um suposto amigo...

Mas ele é visto, como delinqüente,

E por outros até como mendigo...

Pois dorme apoiado ao meio fio,

Sujo, nem parece ser humano...

Quem te vê, faz que não te viu,

E essa é uma das coisas, que a ti reclamo...

Abandonaste a família, e teu filho,

Que figuraste de ti, o mau exemplo...

Como uma locomotiva fora dos trilhos,

Eu fiquei parado no tempo...

Esperando-te na soleira da porta,

Sem a certeza de te ver novamente...

Mas com isso, Você se importa?

Você não sente a dor que minha alma sente...

Busco-te pai, caído pelas ruas,

Procuro-te pelos botecos, saudades...

Pois neles, há as lembranças tuas,

Velho bêbado, perdido pelas cidades...

Poema Psicografado

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 27/03/2007
Código do texto: T427448