Novos Quilombos
Escuta a prece farrapa
Com centenária noção
A liberdade é impossível
Nesta falsa abolição.
Grita um silêncio ferido
Buscam anseios perdidos
Num processo de resgate
De valores culturais.
Ao pátrio berço distante
África negra e amante
Onde não retornam mais...
A pele de ébano
Nos grilhões pendia
Farrapos inglórios
De vis tiranias.
Entregues ao banzo
Nos sonhos desfeitos
Mortos os direitos
De libertação.
Negro! a liberdade
Será fruto da justiça
Quando a igualdade
Se fizer universal,
Sem sub-raça
Ou ter como desgraça
A tua negritude!
Negro! Teu grito de guerra
Contra a burguesia
Fará novos quilombos
As senzalas vazias!