A Morte

Quem vence a chegada da má sorte

Que mata tanto o fraco como o forte.

Tema cruel que os “homens” evitam

Que até preferem, dele se alhearem.

Fogo e água também não se juntam

Mas na natureza terão de continuar.

Fenómeno que ocorre no Universo

Na Humanidade e seres diversos.

Todos tem vida com percurso finito

Na criação regida por Lei universal.

Deus soube criar o cosmo infinito

Com vida orgânica e vida espiritual.

Só uma delas terá duração infinita

Para o racional, que em Deus acredita.

Os espíritos têm uma duração infinita,

São seres com um comando espiritual.

Têm um corpo que protege o espírito,

Criação de Deus, numa relação paternal.

A morte só é vista na sua má fama,

Por quem crê, que Deus não o ama.

A morte só leva o corpo, em sujeição,

Que é parte da obra-prima do Criador.

Espírito feito de amor, até à perfeição,

A morte ele terá sempre de transpor.

Deve ser encarada com naturalidade,

Considerando-a inevitável realidade.

Poderás senti-la cruel ou revoltante,

Se crês não haver vida após a morte.

Se o apego à matéria te é, mais aliciante

De quem foi o corpo antes da tua morte?

Quando a morte também me atingir,

Desejo ter paz de espírito para reagir.

Pensando em vós vou então agradecer

O que me deram, com alegria e ardor.

Que minha imagem possa em vós viver

Como aquele irmão, que vos teve amor.

Minhas cinzas serão doadas sem tristeza

À terra que me sustentou na natureza.

Familiares, meus amigos e companheiros

Não chorem minha partida com pena e dor.

No outro mundo terei irmãos e herdeiros

Que me aguardam com alegria e amor.

Gostaria de em paz, entrar na outra vida,

Sem remorsos ou angústias duma partida.

Sou a folha que no Outono, vai amarelecer

Silenciosa, acabará sendo levada pelo vento.

É viagem consentida, sem nunca esquecer

A Esperança, que em meu Espírito sustento.

Faro, 26 Julho 2014

gmarques

Gualberto Marques
Enviado por Gualberto Marques em 26/07/2014
Reeditado em 18/02/2015
Código do texto: T4897424
Classificação de conteúdo: seguro