Fim do mundo?

Ó Deus manifeste a verdade,

Sacuda os céticos,

Chacoalhe o coração dos homens.

Estatize o orgulho,

Derrube os templos de pedra

E construa outros de espírito

Com a sua palavra abaladora.

Acelere os seus papéis

Da demorada justiça

Dos céus...

Foram aí que resolveram parar?

Seria tão fácil se fosse assim não é meu povo?

Tão vãs as tentativas humanas

De se guiar na perfeição,

E nós pobres mortais

Repetimos as histórias clássicas.

Elogiamos o louco,

Gritamos o inconveniente,

Endeusamos os poetas das dores

E Deus virou pó cósmico,

Chorando sentado nas estrelas...

A Bíblia se tornou

“Livro dos contestamentos”

As palavras sentidas

Tornaram-se rasgadas e perdidas

Em meio a tantos significados.

O fim do mundo é assunto futuro,

Mas não deixem o presente morrer duro na calçada,

Não deixem suas almas cósmicas virarem coisa sólida!

O fim não está próximo

O fim está longe do começo

E nem começamos a nascer.

Somos tão “herramos” meu Deus...

Estamos tão longe do próximo

E Deus mascarado de homem

Tudo vê, tudo sente.

Ah, meus cegos irmãos,

Onde pensam que vão? Ah, até o fim...

Daniel Pinheiro Lima Couto

23/05/07