Re-morrido

Amor, você não tinha morrido?

Overdosado, picado, retratado, holocausteado?

Amor, cadê você que eu não acho?

Amor, você não tinha me esquecido?

cuspido-me rua afora, regurgitada e nojenta*?

Amor, quando vieste eu pensei que tinha sonhado

e fiquei ansiosa porque achei que acordaria

aos trancos e barrancos quando todos foram mortos

Querido amor, não és heroína pura

nem resto de químico que faço de mim

mas tudo aquilo que é sentido

e inexplicável na sua dose mínima...

* O poeta se utiliza do heterônimo Carolina Branco

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 04/02/2015
Código do texto: T5125063
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