a espera

a vida nos dá muitas coisas

nos dá de um tudo

às vezes até nos cansamos

de tanto que recebemos

de repente, tudo ela nos tira

nos tira até dela mesma

num piscar de olhos

sem purgar uma lágrima de emoção

tal como o barro vermelho

que não sente quando as águas da chuva

reclamam por não poder penetrá-lo

e a gente, teimando

em confundir emoção com ação,

a mula que assumo com simulação,

jura que vida se exaspera,

tolice que ela tolera...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 19/06/2015
Código do texto: T5283069
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