Sob Peles de Cordeiro

Sob Peles de Cordeiro

Vestindo peles de cordeiro

Lobos e seus caninos sanguinolentos

Escancaram suas presas

Empunham o crucifixo sorrateiro

Sangue a manchar as Escrituras

No púlpito a incoerente fala

Assembleia em total lobotomia

E a Lei do amor sente sua ruptura

Batinas maculadas pelo preconceito

Firmado ante o símbolo do martírio

Contentas litúrgicas, guerras santas

Seres infernais gargalham satisfeitos

Brado estridente, vestes formais

Gravata, tal advogado do Diabo

As mãos sob as sacras palavras

Todos os que diferem são anormais

Mesmo sob o manto do kardecismo

Olhares atrozes aos ditos irmãos

Ferrenho ódio exalado pelos poros

Renasce ali também o fanatismo

Não longe, ao som de seu atabaque

Segue o irmão de fé sua trajetória

Caminha com medo, passos inseguros

Tenta em vão adivinhar o próximo ataque

Assim, irmãos e irmãs da Divina Criação

Seguidores das palavras do Sublime Mestre

Digladiam-se com notória constância

Sem realmente conhecer a fé e a devoção

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 23/06/2015
Código do texto: T5286604
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