Sonolentas preces

Sussurrava sonolentas preces

Tinha nos joelhos incuráveis cortes

Dos estilhaços da própria crença

Sangrava o beijo amargo à própria morte

Tinha nos olhos uma íris opaca

Que mirava o pedestal da infâmia

Os dedos deslizavam lentos

Pelo rosário que herdara na infância

Nas mãos a amálgama dos versículos

A obscura forma do desespero

"Livrai-nos do mal amém"

O reflexo do escarro alheio

Tim Soares
Enviado por Tim Soares em 04/10/2015
Reeditado em 01/02/2023
Código do texto: T5404062
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