POEMA INDIANO.

MEU DEUS E MEU PAI.

Meu Deus,meu Deus quando estive encrustado nas falanges indevotas do amor e pecadoras dos crimes vigoradas somente na dor,não pude ver as estrelas que tu me destes,para que me despertassem para ti e pôr-me em tua direção,eu não as vi,mas lá estavam elas e tu me estendendo o teu sagrado manto.

Quando me mantive prisioneiro por moto próprio dependurado nos despenhadeiros da tristezas,não conseguia sentir o teu suave lenço que me deslizava ao rosto secando-me cada lágrima que sei agora, que tu contavas indefinidamente com tuas próprias mãos e desesperado rios só me permitia.

Embalsamei-me nas trevas que me lancei a razão dos atos inativos e descompensados sobre aqueloutros que me passavam e nos quais me julgava mais detentor de sabedoria,cego me guiava até aos abismos do cerne que me assassinava a cada instante e nem sequer te percebia nos sorrisos disfarçados de tantos que choravam na floresta interna do peito, para realizarem gargalhadas alhures.

Fui Senhor e meu Deus, o maior dos desvalidos a cravar nas minhas mãos,pés,fronte,abrir no lado direito do abençoado corpo as chagas que me imputei pelas desditas do egoísmo,mas eis meu pai que também tu estavas ali junto a mim,lavando-me as filhas da minha perdição.

Amado dos amados,coração bendito e apaixonado amas tudo que criastes e a nada viras as costas,me vem teu caminhar espancando as lúgubres nuvens que me envenenam a séculos dentro dos séculos que me parecem sem fim,mas me vens tu,acalmando as tempestades nos mares da minha triste e então eterna geleira de solidão...

Veio-me a tua majestosa cavalaria do infinito,porque somente tu poderias me regressar da tamanha crueldade que mesmo eu merecendo não me permitistes mais perder-me por estes lamaçais.

Sou então venturoso meu Deus e meu Pai,mesmo que me deixasses por estas terras perdidas tão minhas,mas não,tu me chegastes e me guardou em afável braços em abraços me osculando vez por outra nos olhos cansados de lacrimarem e enceguecidos pela penumbra que fiz para mim como genitora de qual útero nasci, fecundado pela minha desarmonia e ingratidão.Meu senhor,meu Pai e meu Deus obrigado por este transporte nesta tua carruagem reluzente que me é uma morada impossível de mensurar,viestes dos confins de qual infinito ignoro,mas não desconheço que agora vejo neste pequenino cisco onde me conduzes para a felicidade,vejo querido amor,quão me sou insignificante para mim mesmo,mas tão valioso para ti quando me desperto por entre os desventurados na minha semelhante humanidade do pobre entre os mais pobres de todos os miseráveis.

Assim me fiz,assim me recuperou o meu Deus,assim ele me mantém nas tuas eternas respirações de amor até o fim Nele mesmo!

R. T.

Pio Joseph Beuvoir
Enviado por Pio Joseph Beuvoir em 25/01/2018
Código do texto: T6235994
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