VOZES DOS DEUSES
 

Somos filhos do Universo...
Irmãos de todas as criaturas...
Passíveis de desventuras;
Possíveis de moldar o inverso.
 
Não é tempo de olhar o chão...
Não mais pontilhar o infinito
De gotas de angústia, de grito...
Desperta-se um novo clarão:
 
Feixes de luz brilharão...
Há um bordado de estrelas
No céu bonito há de vê-las
E outras estrelas virão...
 
Todo o mal, calado no grito,
Sufocado em cada garganta,
Sucumbirá ao que se agiganta
Enfim será, portanto, finito.
 
Em dobres de sino cristalino,
De harpas edênicas do céu,
O mundo acobertado em véu
Terá seu manto hialino.
 
O eterno marca o tempo de tudo:
Houve tempo de nascer...
Haverá o tempo de morrer...
E adornarmos de novo escudo.
 
Portanto, cada um que se levante
E erga sua espada de luz !...
Há um Poder que nos conduz !...
É imperativo seguirmos avante !
 
O tropel do tempo se instala
Em toda parte que se viu
Um céu repleto de anil
Sobre dor que não se cala...
 
A voz dos deuses ecoa...
Será Deu-Pai, pai sereno
No olhar ao filho pequeno
E a palavra será boa.
 
Só mão que afaga os cabelos...
Não mais trovões, tempestades...
E sustos das imensidades...
Em agitações... Pesadelos...
 
Meu Pai me disse, contente:
Leve os frutos que vingaram
Aos que por fé acreditaram
No que um dia se fez semente.
 
E por tão longos dias meus,
Eu trago esse sonho comigo:
Em tudo que faço e digo,
Eu sinto a presença de Deus.
 
A quem se manteve fiel,
Eis merecida, a medalha,
Pois toda tremenda batalha
Se finda na porta do céu...
 
Estancado seja, pois, o tropel:
Vencedores valentes na luta...
Eis a verdade absoluta!
A paz do mundo é o troféu !