CONSELHO DO SUICIDA
Quando cometi aquele ato infame
Ao meu Deus pedi para me receber
Cá estou, no meio das sombras
O que Lhe pedi, não veio a atender.
Das saudades de minha vida que vim a tirar
Ao lado dos meus restos mortais às vezes estou
Vejo vermes, ratos, em minha matéria apodrecida
Que para eles tem grande sabor.
Espíritos malignos a me perseguir
Não dão paz, estão sempre a me maltratar
A paz que esperava aqui encontrar
Se meu sofrimento era grande, veio a duplicar.
Lembranças de meu pai, de minha mãe
Lembranças dos amigos, e de meus irmãos
Lembrança da mulher que eu amava
Que foi minha amada, minha grande paixão.
Paixão esta, que me levou a tal atitude
Pensando em minha vida aliviar
Hoje sofro em dobro, já disse acima
Por experiência este conselho vim dar.
Meus irmãos que na terra ainda estão
Jamais façam o que eu fiz
Que saibam que basta ter uma vida
É o suficiente para se ser feliz.
O abandono me maltratou, me fez sofrer
Mas se ai, ainda estivesse poderia recuperar
Bastaria que a Deus procurasse, Lhe pedisse socorro
Com certeza Ele iria me ajudar.
Mas faltou-me a fé, perdi a esperança
Ainda me restavam sessenta anos de vida
E agora durante todo este tempo
Aqui terei em espírito,vida sofrida.
Só depois deste tempo terei nova chance
De uma nova vida que Deus me dará
Foi o que escutei ao chegar
Um Anjo divino, veio me avisar.
Direitos Autorais reservados ao autor.
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Texto inspirado nos dógmas da Doutrina Espírita, apesar de católico por tradição, entendo que dentre as religiões, Ela é a mais lógica e racional,não só uma religião, mas uma ciência filosófica.