Anjo da guarda

Sou cercada deles,

São olhinhos que me sorriem ao sugarem o leite do meu seio,

Quando no colo de outra mãe, seus olhos me tocam em um lindo sorriso.

São olhinhos que me chamam a atenção, chorando para que eu os ouça.

São olhinhos que gritam e se desesperam quanto ignoro suas súplicas.

Sou cercada deles,

São bênçãos que vieram do amor,

São luzes que guiam meu caminho,

São velas acesas na escuridão.

Vivo com vários deles.

São olhares puros e meigos,

Sorrisos largos e barulhentos.

E, que não raro, com minhas atitudes cruéis,

Transformo a deles em desespero.

Em sua missão estão empenhados,

Querem que eu perceba sua estrela brilhante

Guiando o caminho que eu devo seguir.

Para chamar minha atenção, entregam seu espírito;

E muitas vezes, flagelam sua própria carne.

Querem que eu ouça o som de suas vozes,

Que eu sinta a alegria que deles brotam.

Que eu perceba a beleza de minha alma,

Pelo reflexo dos seus olhos.

Estão com muita pressa,

Para que eu não me perca pelo caminho.

Sabem que se falharem em sua missão,

Minha insanidade os alcançarão.

E, por fidelidade a mim

Nos vales da sombra, comigo andarão.