Teu sagrado e teu profano
Dormindo dança num sonho,
Não sabe qual tempo-espaço:
Se antes do teu repúdio,
Se dentro do teu abraço.
Se a tua alma vagueia
E dança qual meretriz,
E sussurra no teu ouvido
A voz que a boca desdiz,
Teu sagrado e teu profano
Velam teu corpo que dorme.
Em que pensará tua alma
Tão logo essa chama acorde?
Seguir o sonho sem medo,
(Como seguir numa estrada),
É como acordar e fazer
Desse sonho, tudo ou nada.
Mas se a alma só vagueia,
E o corpo te nega a vida
Morre a tua alma imortal
No dia de tua partida.