Alma Imortal - morador do 5° andar

*** I ***

Oh, Alma imortal.

Tu que nasceste divina.

Por que continua cativa e

inerte dentro de mim?

Tu que é justa e é bela.

Do amor aporta janelas

de poderes celestiais.

Tu que é Teos e é cosmos.

Filha fértil dos tres Logos

Atributos de meu Pai.

Diga-me, por que você nunca desiste

e nesta armadura ainda resiste,

enquanto profano seu lar?

Eu que aos desejos me entrego

e a tudo me apego

do sorriso ao chorar.

Eu que reviro os escombros

e em vícios ainda me escondo

tentando em vão te achar.

Ooh ,Alma peregrina.

Que do quinto andar me observa

Que tanto tu espera?

Dessa mente frágil e mortal?

*** II ***

Olá, mente ligeira.

Mente que os desejos permeiam

A ânsia por ansiar.

Tu que es turbilhão de prazer

Dos veículos, o último a se recolher

e o primeiro a se levantar.

Escuta mente ligeira

Escuta o que vou te contar.

Antes de tu ser, eu já era.

E ainda hei de ser,

mesmo depois que tu vás.

Entre dois de seus pensamentos,

sou a voz do silêncio

que te permite pensar.

E se hoje tu me ignoras,

ainda sim é o amor que me aflora

que te permite sonhar.

*** III ***

Olhe bem, consciência.

Que fazes ai no escuro?

Quando nasceste para coroar

meu Caduceu de Mercúrio?

Eleva-te pelo esforço

Pelo arbítrio da vontade

e fixe seus olhos em mim

Instrumento da unidade.

Tome posse, consciência

Tome posse de si mesmo.

És discípulo que a casa retorna

meu mais sublime instrumento.

A mente dividida

Adormece e nada pode.

Mas se tu radicas em mim

Não és tu a Luz da Verdade?!

Bem-vinda, consciência plena.

O domínio do eu animal.

A mascara agora se curva

a Alma do ator principal