Inocência e respeito ao Orixá

Me lembro de quando pequeno, em frente a minha casa

Tinha um campinho de futebol uma trilha para a escola

e uma figueira

Nessa figueira eu passava todo o dia para a escola

As vezes ciganos montavam barracas

As vezes os bebados dormiam embaixo dela

Meus amigos e eu brincavamos entre as raizes

Mas num dia chegamos lá, haviam santinhos

Estavam um ao lado do outro como numa assembléia

As crianças atiravam pedras e quebravam

Suas cabeças de gesso com alguma mola balançava

Enquanto se quebravam

Eu mesmo não fazia nada, nem impedia

Apenas ficava com medo de não saber o que fazer

Aquela imagem ficava na minha cabeça

E assim me questionava:

Porque fazer isso, não estão fazendo nenhum mal

Um tempo depois a noite, levava um dessas crianças

Já não tão pequena quanto nessa época, mas já grande

Voltando, havia um muro de pedras de arenito

Encima desse muro um vulto branco luminoso

Como se estiverá olhando para mim

Por muito tempo me questionei se deveria não ter corrido

Chegado perto para saber o que era

Mas assim me lembro da vez que estive ali e quebravam

Os santinhos que não faziam nada

Talvez hoje me sinta um pouco culpado

Mas hoje me sinto de tal forma protegido

Ter tido noção de como é importante proteger

Não só a memória mas aquilo que se é sagrado

Para alguns não é nada demais

Mas para outros é algo que se destina a vida

Se aquele corpo luminoso reaparecer

Quem sabe perto dele eu chego

Não sei se pode ter algum conselho

Mas espero que coisa ruim não seja

Mas que no mais se trate apenas de respeito.

Querubim Ameno
Enviado por Querubim Ameno em 02/02/2020
Código do texto: T6856157
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