Saudade

É um bichinho danado

Que o pensamento corrói

Vem chegando de mansinho

E, ai como machuca e dói!

É ela que nos faz viver

Depois de uma certa idade

Sempre pensando a sofrer

Naquilo que nos traz saudade

É lembrança da mocidade

Dos bailes onde dançamos

Sentimos até saudades

Dos momentos que choramos

Depois a danada muda

E a saudade passa a ser

Dos nossos filhos pequenos

Que foram pra longe viver

E o sentimento vai mudando

Quanto mais envelhecemos

E a saudade agora é dos netos

Que pela falta deles sofremos

Ora é tristeza infinita

Ora é também alegria

Saudade nos faz viver

Num mundo de nostalgia

Hilza Barranco

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