NÃO ESTOU SÓ
NÃO ESTOU SÓ
Alguém está comigo, eu sei,
Mas não sei se me quer bem,
Talvez, nem me queira mal,
Mas com certeza, não estou só,
Contudo, não vejo ninguém,
Tento me livrar, mas está aí,
Esta sensação me põe para baixo,
Acorrentando-me à frustrações.
Como saber se realmente é fato
ou fruto do meu inconsciente,
Não sei, não sinto perfumes,
mas um cheiro me envolve a razão,
É um forte cheiro de fim próximo.
Quem está comigo, não tem abrigo,
Não tem norte, faz de mim o seu esteio,
Me deixa infeliz e me tira o meio.
E como posso reagir sem os caminhos,
Como posso ser eu, tão dividido,
Entregue a devaneios ciclotímicos
Das incertezas que não são minhas.
Oh! Meu Deus! Qual o destino?
Tirai da minha sombra este intruso,
Perdido, sem rumo e inconsciente.
Sem a vossa intervenção, não tenho paz,
Sou frágil para suportar as provações
Daquilo que não conheço....padeço.
Vivo em companhia do abstrato,
Onde dois em um retrato,
A imagem é de um só rosto.