Ouço

Removo as paredes que ecoam como guias

e ouço

teus olhos espalhados esqueceram de ver

fecha-os a toda poeira que se levanta

afinal,

em realidade esta, não há

diluído os limites que cegam para si mesmo

agora, vá

caminha sobre as águas que te representam

sejas o que teus pés deitam para cultivar

e não permeie-se mais daquilo que não te cabe

pois, ilimitados sois para além dessas margens

se te sabes

ouve a mim

onde ninguém mais poderá ir

a não ser que também

inverteu os espaços e fez das aberturas,

apenas seus começo... e é, enfim!

Kátia de Souza