A Fonte

"Os antigos chamavam o deserto de lugar da revelação divina. Para as mulheres, porém, ele oferece muito mais do que isso."

(Clarissa Pinkola Estés)

A Fonte

Quem imaginaria

a garra que se escondia

no subterrâneo de Maria.

Ah, Maria...

Doce

Boa

Pura

Santa

Assim foste, Maria?

Só isto foste, Maria?

Rasgaste duas vezes as entranhas para dar luz ao Ser que

à humanidade sublimes lições ensinaria.

Silenciosa

Discreta

Presença marcante na hora certa.

Foi por Amor que viveste, inspiradora Maria!

No refúgio interno suportaste com honra a dor e a agonia.

Enfrentaste o deserto

por causa do Desperto

que o brilho dos hipócritas ofuscaria.

Fortaleza foste, Maria...

Quando o mundo como fera louca

tua cria estupidamente engolia.

Ah, Maria!...

Duas vezes sangrarias...

Não temeste, porém...

Nem te curvaste aos que viviam

de falsas glórias e honrarias.

Maria, generosa, Maria...

Foste gigante.

Não bebeste o cálice infamante

do ódio que a tua alma envenenaria.

Tiveste papel secundário,

balbuciaram alguns.

Mas o Cosmo é testemunha do teu legado

e do martírio instalado

na alma dos que tentaram te diminuir a importância,

por causa da intolerância

que lhes corroía.

Maria,

teu nome a História escreveria.

Bendita foste.

Bendita para sempre serias.

Num conto envolto em manipulações, lacunas e dor...

Personificaste na Terra o fervor

do Sagrado que gera Amor

para que renasça Novo Dia.

Nijinska Nelly.

02.03.2022

Nijinska Nelly
Enviado por Nijinska Nelly em 16/03/2022
Reeditado em 16/03/2022
Código do texto: T7473921
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