Tensão
Bêbado, fui Id.
Adolescente, fui Superego.
Entre o Animal – existo na tensão de um fio – e o Angelical.
É um alívio hoje saber que possível é o equilíbrio
pelos puxões cá e lá contrapostos.
Entre o Bárbaro – todos pela mesma porta – e o Civilizado.
Acesa, uma vela presta continência na mesa central.
Brisa entrega à intimidada chama o delírio
de fugir para longe de seu posto.
E ameaça o chamuscado pavio despir-se de seu traje dourado.
Mas persisto, ainda, na mesma sala
sob todo esse fogo cruzado.
Com a tensão me fazem de cordão.
Porém existo é entre a Terra – sou nuvens, perdão – e o Céu.
Calma noite de uma sexta-feira de março,
Belo Horizonte.
Observação:
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